Sacolas plásticas, uma praga silenciosa.

Montanha de entulhos as margens de um córrego. Problema recorrente em várias cidades brasileiras
Montanha de entulhos as margens de um córrego. Problema recorrente em várias cidades brasileiras

Nas minhas expedições ao longo do mananciais que cortam minha cidade, Goiânia, e acompanhando uma reportagem do SPTV da Rede Globo em parceria com o IPT, que mede os níveis de oxigênio ao longo do rio Tietê, pude perceber  um problema tão grave quanto o esgoto que é lançado no rio, trata-se do lixo. O conteúdo do lixo é bastante variado, mas o que mais aparece é aquilo que bóia, que são as garrafas plásticas. Além disso temos algo que passou a fazer parte de nosso dia a dia. Quem hoje em dia se vê sem a praticidade das sacolas plásticas? A utilidade delas não se resume apenas a carregar as compras de supermercado ou da feira. Semelhante as esponjas de aço parece-me que as sacolas plásticas também tem 1001 utilidades. Na chuva servem para proteger os cabelos escovados contra os respingos, servem também para impermeabilizar os pés dos motociclistas nesses mesmos dias, residências que produzem pouco lixo também utilizam as sacolas e assim economizam em sacos maiores. Na verdade o uso se tornou múltiplo. Agora a face mais negra poucas pessoas conhecem, as sacolas passaram a ocupar um espaço que antes não pertenciam a elas. Elas estão espalhadas por todos os lados, na rua, nas calçadas, dentro dos rios, em cima de árvores, ou até onde a vista pode alcançar. Elas representam atualmente um grave problema ambiental. Podem ser engolidas por animais, entupir canalizações, contribuindo para enchentes, levam cerca de 300 anos para serem degradadas e as 1001 utilidades também passaram a se tornar 1001 problemas. Ao meu ver deveria se cobrar pelo uso das sacolas plásticas ou para ser mais radical deveria se criar uma lei proibindo ou limitando sua utilização para qualquer fim, em alguns países e até mesmo cidades brasileiras isso já é uma realidade, uma realidade que precisa ser expandida para os 4 cantos de nosso país e do mundo. Se antes conseguiamos viver sem essa comodidade, nada impede que passemos a conviver novamente sem elas.

Sacolas plásticas penduradas numa erosão próxima a nascente do córrrego Cascavel, dentro de uma área de mata.
Sacolas plásticas penduradas numa erosão próxima a nascente do córrrego Cascavel, dentro de uma área de mata.
Sacola plástica num lugar de dificil acesso dentro da mata no parque Cascavel em Goiânia.
Sacola plástica num lugar de dificil acesso dentro da mata no parque Cascavel em Goiânia.
Sacolas e garrafas plásticas jogadas na rua pela população correm diretamente para o córrego trazidas pelas galerias de água pluvial.
Sacolas e garrafas plásticas jogadas na rua pela população correm diretamente para o córrego trazidas pelas galerias de água pluvial.
Área alagada próximo ao parque com várias sacolas e embalagens plásticas. O lixo está até onde a vista alcança ou a água chega!
Área alagada próximo ao parque com várias sacolas e embalagens plásticas. O lixo está até onde a vista alcança ou a água chega!
Sem apoio da população o córrego agoniza. Muito Lixo nas margens, e as sacolas sempre presentes.
Sem apoio da população o córrego agoniza. Muito Lixo nas margens, e as sacolas sempre presentes.
Singela ( maldita ) contribuição de ribeirinhos com lixo.
Singela ( maldita ) contribuição de ribeirinhos com lixo.

5 comentários sobre “Sacolas plásticas, uma praga silenciosa.

  1. Muito opurtuno o seu texto sobre essa praga chamada sacola plástica. É preciso que a sociedade se conscientize desse mal que faz a vida agonizar. As fotos dizem tudo.
    Parabéns!

    Nilce
    Professora de Geografia

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    1. Nilce, muito obrigado por acessar o blog e pela mensagem que enviou. Se cada brasileiro tirasse um tempo para visitar um córrego ou rio de sua cidade, pensaria duas vezes antes de jogar qualquer coisa na rua. O problema é que as pessoas imaginam o problema longe delas: ” a chuva leva”,” o gari recolhe” e por ai vai. O problema é sério mas poucos dão atenção merecida. O plástico como um todo tornou-se um problema de dimensões colossais, tudo por causa de seu descarte indiscriminado em qualquer lugar.

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  2. Amigo, acho que a intenção até que é louvável, mas a questão é muito mais profunda do que uma sacola que é utilizada para mil e uma ultilidades. Na verdade, os supermercados continuarão a vender sacolas plásticas transparentes para embalar legumes e frutas, as empresas venderão os seus produtos ao condumidor com material tóxico e não-degradáveis de todas as formas possíveis. Ah, e não se esqueça que a população, tolhida de sacolas gratuitas, partirá para sacos de lixo de…. PLÁSTICO! Restringir o uso das sacolas de maneira radical não resolverá a questão ecológica, apenas desviará o foco. Embalagens tetrapark, garrafas pets, sacos e sacolas plásticas e todo material de mesma natureza continuaram a ser despejados no meio ambiente. Sinto em dizer que a medida além de antipática (já que ao invés de conscientizar visa impor a todos uma política cheia de controvérsias), afronta o direito dos consumidores ao agregar valor às compras de um produto que deveria ser cedido gratuitamente, e, diante do expus, uma ingênua falácia ecológica, apesar do nobre propósito.

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