Você sabe como as águas são classificadas?

Classificação das Águas

Você sabia que as águas do Brasil podem ser classificadas segundo alguns padrões de qualidade definidos na resolução CONAMA 357 de 17 de Março de 2005?
Abaixo publico parcialmente o conteúdo dessa resolução e coloco algumas explicações a respeito das definições e das classificações das águas.

Começo com as definições:

 Salinidade (do latim: salinitas) é uma medida da quantidade de sais existentes em massas de água naturais, como sejam um oceano, um lago, um estuário ou um aquífero. ( Vide wikipedia).

– Águas doces – Águas com salinidade igual ou inferior a 0,5%. Ex: Principalmente rios e lagos.

Águas salobras – Águas com salinidade superior a 0,5 % e inferior a 30%.

Águas salinas – Águas com salinidade igual ou superior a 30%. Ex: Oceanos

Ambiente lêntico – Ambiente que se refere à água parada, com movimento lento ou
estagnado;

Os exemplos mais clássicos de ambientes lêntico são os lagos, lagoas, represas.

Ambiente lótico – Ambiente relativo a águas continentais moventes;

Os principais tipos de ambientes lóticos são os rios, córregos e ribeirões não represados.

Aqüicultura – O cultivo ou a criação de organismos cujo ciclo de vida, em condições naturais,
ocorre total ou parcialmente em meio aquático;

Carga poluidora – Quantidade de determinado poluente transportado ou lançado em um corpo de água receptor, expressa em unidade de massa por tempo;

A poluição da água é a alteração de suas características por quaisquer ações ou interferências, sejam elas naturais ou provocadas pelo homem. É necessário deixar claro que a poluição da água não deve ter apenas conotação estética, ou seja, uma água com aspecto límpido pode conter micro-organismos patogênicos ou substâncias tóxicas para algumas espécies, e uma água com aparência mais ruim pode ser utilizada em alguns casos.

Cianobactérias –  micro-organismos procarióticos autotróficos, também denominados como cianofíceas (algas azuis) capazes de ocorrer em qualquer manancial superficial especialmente naqueles com elevados níveis de nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir toxinas com efeitos adversos a saúde;

Lembrando que as cianobactérias se reproduzem rapidamente em ambientes eutrofizados. Para maiores informações clique aqui e conheça mais sobre a eutrofização.

Corpo receptor – Corpo hídrico superficial que recebe o lançamento de um efluente;

Desinfecção – Remoção ou inativação de organismos potencialmente patogênicos ( Organismos causadores de doenças)

Recreação de contato primário – Contato direto e prolongado com a água (tais como natação, mergulho, esqui aquático) na qual a possibilidade do banhista ingerir água é elevada;

Recreação de contato secundário – Refere-se àquela associada a atividades em que o contato com a água é esporádico ou acidental e a possibilidade de ingerir água é pequena, como na pesca e na navegação (tais como iatismo);

Tratamento Avançado – Técnicas de remoção e/ou inativação de constituintes refratários aos processos convencionais de tratamento, os quais podem conferir à água características, tais como: cor, odor, sabor, atividade tóxica ou patogênica; ( A qualidade da água dos rios das cidades brasileiras está em queda, em muitas cidades já se utiliza o tratamento avançado, o que encarece os custos ao consumidor final).

Tratamento convencional – Clarificação com utilização de coagulação e floculação, seguida de desinfecção e correção de pH; ( Método usualmente empregado nas Estações de tratamento de água das cidades)

Tratamento simplificado –  Clarificação por meio de filtração, desinfecção e correção de pH quando necessário;

Tributário (ou curso de água afluente) – Corpo de água que flui para um rio maior ou para
um lago ou reservatório;

Virtualmente ausentes – Que não é perceptível pela visão, olfato ou paladar;

Zona de mistura – região do corpo receptor onde ocorre a diluição inicial de um efluente.

Geralmente um efluente é também conhecido como água servida ou já utilizada para algum fim.

Principais classificações das águas doces e salgadas

As águas doces são classificadas em:

I – Classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

Geralmente águas da classe especial são encontradas em aquíferos ou poços artesianos.
II – Classe 1: Águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;

b) à proteção das comunidades aquáticas;c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes
ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película;

e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

Geralmente são encontradas em nascentes, cisternas.

III – Classe 2: Águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme
Resolução CONAMA nº 274, de 2000;

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer,com os quais o público possa vir a ter contato direto;

e) à aquicultura e à atividade de pesca.

A maior parte dos rios brasileiros são classificados como classe 2.

IV – Classe 3: águas que podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.

Grande parte dos rios que cortam as cidades brasileiras são classificados, pelo menos no trecho urbano, como rios de classe 3.

V –Classe 4: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística

As águas de alguns rios e lagos se tornam tão poluídas que é impossível utilizar-se destas águas mesmo após tratamento avançado. Parâmetros como metais pesados apresentam-se em números elevados e mesmo um tratamento mais especifico muitas vezes não é capaz de remover esse tipo de substância tóxica.

As águas salinas ou salgadas são assim classificadas:

I – Classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral; e
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.

II – Classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) à recreação de contato primário, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
b) à proteção das comunidades aquáticas; e
c) à aqüicultura e à atividade de pesca.

III – Classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) à pesca amadora; e
b) à recreação de contato secundário.

IV – Classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.

Infelizmente, devido a fraca política de saneamento básico no Brasil, temos acompanhado frequentemente a impossibilidade de utilização de nosso rios e mares mesmo para atividades de contato secundário, e até mesmo a harmonia paisagística se torna impossibilitada haja visto a quantidade de resíduos sólidos que mancham a beleza dos nossos recursos naturais.

Os padrões de qualidade das águas determinados na Resolução estabelecem limites individuais para cada substância em cada classe, assim é possível efetuar a classificação das águas de maneira transparente.

Conteúdo Relacionado

Você sabe como funciona a autodepuração em rios?

8 comentários sobre “Você sabe como as águas são classificadas?

  1. Obrigada tirei 0,2 pontos sómente por esta resposta, originada de um trabalho de código muito simples mas possivelmente dificil com as quantidades de perguntas sobre isso um trabalho muito complicado de fazer o trabalho vale 2,5 tirei 2,0 Obrigada

    Curtir

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.